Evento de apresentação dos trajes oficiais da Corte da Frinape 2024 destaca glamour e tradição
Na manhã desta quarta-feira, 9 de outubro, o Pólo de Cultura de Erechim foi palco de um evento que combinou elegância e tradição. A cerimônia de apresentação oficial dos trajes da Corte da Frinape 2024, composta pela Rainha, Princesas Étnicas e Prenda, teve como objetivo não apenas exibir as vestimentas, mas também ressaltar o valor cultural e histórico de cada peça.
O evento contou com a participação de diversas autoridades, como o presidente da ACCIE, Darlan Dalla Roza; a primeira-dama Cris Polis; a coordenadora da Comissão Social da Frinape 2024, Káren Brustolin; a Patrona da Frinape 2024, Professora Dra. Elcemina Lúcia Balvedi Pagliosa; além de representantes das etnias e membros da imprensa.
EXPANSÃO E AMBIÇÕES DA FEIRA
Durante o evento de apresentação dos trajes oficiais da corte, Karen Brustolin, Darlan Dalla Roza e Ana de Oliveira destacaram a relevância da Frinape para a comunidade e compartilharam detalhes sobre o evento.
A coordenadora da Comissão Social, Káren Brustolin, falou dos objetivos do evento de apresentação dos trajes oficiais da Corte da Frinape 2024, enaltecendo que um dos momentos mais aguardados é a revelação do vestido da Rainha Gabriele Banaseski Erthal, cuja criação foi inspirada em um conceito imponente de realeza, refletindo a essência e o simbolismo da tradição e elegância. O traje promete se tornar um marco distintivo para a corte da edição de 2024. Segundo Káren, a apresentação dos trajes não apenas celebra a beleza, mas também reafirma a importância da preservação cultural e da valorização das tradições locais, em um evento que antecipa o tom grandioso da Frinape 2024.
O presidente da ACCIE, Darlan Dalla Roza, enfatizou o esforço conjunto para deixar o parque pronto para receber o público. “O parque é um verdadeiro canteiro de obras. Estamos trabalhando intensamente para garantir que todos os detalhes estejam perfeitos para a Frinape, que acontecerá de 14 a 24 de novembro. Nossa equipe está empenhada em montar toda a estrutura necessária para criar um ambiente que seja, ao mesmo tempo, lúdico, funcional e encantador”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância do evento para a cidade e para a região. “Nossa feira não é apenas um local de negócios, mas também de beleza e diversão. É um momento em que celebramos a fé, a cultura e o espírito trabalhador do nosso povo, que se dedica em tudo o que faz, fazendo com que Erechim prospere. Estamos ansiosos para mostrar a todos o resultado desse trabalho.”
Darlan Dalla Roza reforçou que a expectativa para a feira é excelente, especialmente devido às melhorias realizadas no parque de exposições. Ele adiantou que a corte da Frinape viajará a Porto Alegre no dia 21 de outubro para o lançamento oficial do evento a nível estadual, reforçando a intenção de fazer da Frinape uma das maiores feiras do estado, ficando atrás apenas de eventos consolidados, como a Expo Direto e a Expointer. “Estamos orgulhosos do crescimento da Frinape ao longo dos anos, e a meta para este ano é superar o número de visitantes e expositores. Com as ampliações realizadas, nossa feira tem tudo para ser um grande sucesso e mostrar a força do interior gaúcho,” disse Darlan.
REPRESENTATIVIDADE E VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL
Ana de Oliveira, secretária municipal, também esteve presente, representando o Poder Executivo, reforçando a parceria entre o poder público e a sociedade civil na realização da Frinape. “É um prazer estar aqui hoje, trazendo o abraço do prefeito Paulo Polis e reafirmando a colaboração que temos com a sociedade. Essa parceria vai além da associação comercial, pois abrange toda a comunidade,” destacou.
Ela também falou sobre a importância cultural do evento, que conta com a participação de meninas que representam as diversas etnias e tradições do município. “A corte simboliza a riqueza da nossa cultura, arte e história. Elas são a personificação do talento e do potencial do nosso povo. A imprensa desempenha um papel fundamental na promoção desses valores e na divulgação dos feitos que tornam nossa cidade um lugar de desenvolvimento constante,” acrescentou Ana. “Erechim é uma cidade que cresce graças ao empenho de suas pessoas, empresas e instituições. Estamos certos de que a Frinape será um sucesso e agradecemos a todos que contribuem para tornar nossa cidade cada vez mais forte,” concluiu Ana.
IMPONÊNCIA NO TRAJE DA RAINHA
Ao entrar no evento, finalizando as apresentações, a Rainha Gabriele Banaseski Erthal já atraiu aplausos dos presentes. Ricamente ornamentado, o traje foi confeccionado em tecido nobre, tom vibrante marsala, bordado com aplicações em vidrilhos cristal e mini paetês transparentes.
Composto por três peças, possuí corselete triangular, estruturado e bordado, suas alças ombro a ombro, se transformam em uma linda estola na parte de trás, de onde parte uma capa dupla, em crepe Prada, com bordados ao longo de sua extensão trazendo luxo e imponência ao traje, sua saia longa é em corte evasê forrada com base em leve armação, acompanhada de sobre saia ampla e bordada.
O traje da Rainha, para esta edição, traz uma releitura dos vestidos da realeza medieval em seu design, seus bordados em tom prateado representam a indústria, suas formas lembram a influência da agricultura regional e fazem uma alusão às “chamas” de emoções em movimento, tema da Frinape 2024.
Idealizado pela comissão social, o traje foi confeccionado pelo Ateliê Cláudia, aqui na cidade de Erechim/RS.
A coroa da Rainha da Frinape 2024 foi desenvolvida exclusivamente para esta edição. Elaborada com mais de 3 mil cristais, seu design foi inspirado no formato das tendas presentes na feira, bem como, no traçado das ruas planejadas da praça da bandeira, faz alusão aos 105 anos da ACCIE, e possuí cristais em homenagem ao Estado do Rio Grande do Sul. Desenvolvida pela designer Nicole Baretta, empresária nascida em Erechim, atualmente tem seu ateliê localizado na cidade de Itajaí/SC.
TRAJES DAS PRINCESAS ÉTNICAS E PRENDA
Conheça como foi a criação e o desenvolvimento de cada traje:
PRINCESA AFRO-BRASILEIRA – Emmily Cristina Oliveira dos Santos
Nesta Frinape, que tem como inspiração a realeza e a magia! O traje da Princesa Afro-brasileira buscou inspiração nas rainhas e reinos africanos na relação com o Brasil, adaptado para a contemporaneidade.
Ficaram registradas na história diversas rainhas importantes, como Nzinga, Cleópatra, Makedda Rainha de Sabá, Amina, Ranavalona entre outras como Agontimé rainha mãe de Daomé, que pode ter vivido no Brasil. A escravidão trouxe para o Brasil cerca de 5 milhões de pessoas, dentre elas, membros da realeza, vieram para o Brasil como escravizados.
A história africana registra a presença de mulheres que foram fundamentais para a unidade e inspiração para seus povos, expansão de reinos e enfrentamento ao domínio europeu.
Reunimos vários aspectos culturais para homenagear as rainhas e matriarcas africanas, que influenciaram fortemente a formação da cultura brasileira, tendo sobrevivido de várias formas, entre elas, pela tradição oral. As histórias das mulheres africanas têm muito a ensinar e servir como referência na atualidade. Principalmente para os afrodescendentes que buscam referências para sua luta, conquista de espaços e orgulho da sua história.
Detalhando:
Cores: Dourado para representar a riqueza e a importância cultural, econômica e social dos povos Africanos para a história mundial, visto que em vários territórios africanos o ouro foi explorado. A Capulana, tecido tradicional Africano bem colorido, que era moeda de troca e demarcação de poder entre a realeza e súditos, hoje é amplamente utilizado para o turbante, para carregar os filhos nas costas, vestimenta tradicional, festas e rituais. Vem para representar a força da Mulher. O Tecido preto com padrões geométricos, traz a beleza e a cor e da ancestralidade, a resistência e a luta contra o racismo.
Os colares e pulseiras: simbolizam a manutenção da cultura e a tradição dos povos ao longo do tempo. Os colares tinham além da função estética de chamar a atenção, em muitas tribos, serviam para demarcar também o status social e a riqueza.
A pintura corporal: Importante expressão cultural ligada à religiosidade, posições hierárquicas, rituais ou ocasiões especiais como festas e a guerra. Eram feitas com pigmentos extraídos da natureza, argila ou rochas vulcânicas.
No Cabelo a Trança Nagô: a Trança é utilizada a milênios pelos povos Africanos, serviam para identificar as tribos, origem, estado civil, religião e até mesmo problemas sociais. No Brasil, as tranças serviam para fazer mapas e rotas de fuga no período da escravidão. As tranças hoje, tem o poder da ancestralidade e são vistas como exaltação do povo preto.
O traje foi idealizado pelo membro do MENE, Marlon Milkiewicz e foi confeccionado com tecidos vindos do Senegal, pelo costureiro de Gambia, Babu Gai, Supervisão criativa de Monique Rosset e histórica de André Ribeiro.
PRINCESA ALEMÃ -Laura Schneider Wermann
O traje da princesa étnica Laura Schneider Wermann foi projetado e pensado para destacar a conexão entre o passado e o presente, tornando-os ideais para a celebração dos 200 anos da imigração alemã. A escolha das cores do vestido reflete uma profunda homenagem à bandeira da Alemanha, composta por três faixas horizontais nas cores preto, vermelho e dourado. Mais do que um simples símbolo nacional, essa bandeira carrega uma história rica e significativa, que remonta ao século XIX, profundamente enraizada nas lutas pela liberdade, unidade e democracia.
O preto, escolhido para o tecido de veludo do vestido, como base do traje representa a força, a determinação e a sobriedade do povo alemão, ecoando a resistência que marcou momentos cruciais da história alemã. O vermelho, presente nos delicados detalhes bordados, alude à coragem e ao espírito vibrante da nação, refletindo os sacrifícios feitos ao longo dos séculos em prol da liberdade e da unidade. O dourado, que aparece nos acabamentos do traje, evoca a luz, a prosperidade e a esperança, simbolizando o futuro promissor que a Alemanha sempre buscou.
Assim como na Alemanha, onde a tradição artesanal é profundamente valorizada, o vestido é adornado com intricados bordados que remetem à rica herança cultural do país. Cada elemento do traje reflete o cuidado com que as tradições foram preservadas e transmitidas de geração em geração, honrando o passado enquanto celebra um futuro brilhante.
O vestido da Princesa Alemã é uma peça que vai além do simples simbolismo nacional. Ele encapsula a essência da Alemanha, combinando tradição e modernidade em uma celebração da beleza, da história e dos valores que moldaram a nação ao longo dos séculos. Tal como a moda alemã, conhecida por sua qualidade e precisão, este vestido é uma fusão de elementos tradicionais e contemporâneos, destacando a elegância e a resiliência da cultura alemã.
Portanto, o vestido não é apenas uma representação das cores da bandeira alemã, ele é um testemunho da rica história e dos valores que moldaram a nação alemã ao longo dos séculos.
Cada cor escolhida por Laura carrega consigo a luta pela liberdade, a busca pela unidade e a construção de uma sociedade democrática e próspera, elementos fundamentais que têm guiado a Alemanha em sua trajetória histórica.
PRINCESA ISRAELITA – Débora Marta Nadaleti
O traje da princesa Israelita Débora Marta Nadaleti foi inspirado nas cores da bandeira de Israel: azul celeste escuro e branco, com detalhes em prateado.
O vestido da princesa tem como objetivo principal o simbolismo do “Talit”, onde é um manto de oração representando a separação do homem do mundo físico e liga ao mundo espiritual, com o intuito de igualdade entre os que estão orando na sinagoga. A representatividade das franjas tem como lembrete todas as mitsvot da Torá. Também a estrela de Davi, onde significa a proteção divina.
PRINCESA ITALIANA- Lívia Scalabrin
O vestido étnico da Princesa Italiana é inspirado nas vibrantes cores da bandeira da Itália. As cores verde, branco e vermelho se entrelaçam harmoniosamente combinando tradição e sofisticação com um toque contemporâneo. O verde lembra as colinas e paisagens exuberantes da Itália, enquanto o vermelho vibrante faz eco aos festivais e à paixão italiana. O branco, por sua vez, simboliza a pureza e a clareza, oferecendo um contraste leve e sofisticado.
As rendas delicadas, com padrões florais que adornam o vestido, são um tributo à tradição italiana de artesanato fino. Na Itália, especialmente na região de Veneza, a produção de rendas é uma prática secular, com técnicas passadas de geração em geração. Essas rendas trazem um toque de elegância e sofisticação extra à peça.
Os detalhes dourados, cor dos tesouros e das cúpulas das igrejas, simbolizam o esplendor e a riqueza do patrimônio cultural da Itália.
O vestido também lembra a paixão italiana por beleza e design. A Itália é mundialmente reconhecida por sua moda e seu senso apurado de estilo e sofisticação. Assim, este vestido é uma fusão de elementos tradicionais e modernos, capturando a essência da Itália com cada detalhe. É uma peça que não apenas honra o passado, mas também celebra a beleza atemporal e a elegância da moda e da cultura italiana.
PRINCESA NATIVA – Maikely Moreira
O traje da princesa indígena tem como referência a cultura da Etnia Guarani. O vestido confeccionado em linho reproduz por meio de seus bordados os grafismos presentes nas cestarias, normalmente confeccionadas pelas mulheres guaranis, trabalhando com delicadeza com as pequenas fibras de taquara com grande significados simbólicos e mitológicos. O grafismos têm significao espiritual; são carregados de representações simbólicas relacionadas com a natureza e com o sagrado.
As cores vermelha e preta da roupa lembram os corantes naturais utilizados nos artesanatos Guaranis, produzidos a partir do urucum, do jenipapo e do carvão. Já a cor laranja, foi introduzida no artesanato indígena, pelo contato com os não índios, retirado do açafrão, entre outras plantas.
O traje da princesa Maikely foi confeccionado pelo Ateliê Sandra Maria Lorenzi Radin e pela artesã Angélica Aline Loebler, da Di Tutto Aviamentos. Já os acessórios utilizados (brincos, colares, pulseiras e bracelete) e o cocar, foram confeccionados por artesão da Aldeia Arandú Verá Mato Preto, em que a representante da Etnia reside.
PRINCESA POLONESA- Joana Bielski Kozak
O traje da princesa polonesa é o TRAJE DE CIESZYN. Cieszyn está situada na Silésia, cidade que surgiu no século X d.C. como povoamento em defesa da fronteira sudoeste da Nação Polonesa. É uma cidade com riqueza cultural em museus, locais históricos também para caminhadas, obras arquitetônicas leigas e religiosas. Cieszyn também é uma cidade conhecida pela extração de minérios de ferro e prata.
O traje de Cieszyn, inspirado em roupas históricas, desde o Renascimento (1350 – 1600), teve muitas alterações para se aperfeiçoar. No final do século XIX e após a Primeira Guerra Mundial houve mudança nas combinações e na matéria prima, nos tecidos. Nos séculos XIX e XX as mulheres usavam trajes extremamente ricos. No século XX as joias usadas pela nobreza e pela burguesia foram adaptadas aos trajes tradicionais da população das pequenas cidades e aldeias. Um traje que contém história do País e evolução da sociedade como um todo.
Os principais elementos do traje da princesa polonês são:
BLUSA: Blusa branca com mangas bufantes, bordados brancos com motivos da flora silvestre, com broche. Modelo específico da região.
COLETE: Peça com bordado popular com flores e guirlandas, variando entre fios de metal, lírios decorados com lantejoulas, pérolas, miçangas, criando um mosaico.
SAIA: Saia longa com barrado verde e laço na frente do avental
AVENTAL: De tecido de brocado, longo, amarrado na cintura.
ADEREÇOS: Colar preso no traje e, no cabelo, flores prateadas.
CALÇADO: sapatilha.
PRENDA – Julia França Santin
O vestido da Prenda da FRINAPE 2024 Foi baseado em cores claras e leves: roxo claro com sobreposto com roxo escuro e detalhes delicados em renda branca.
O vestido da prenda procura realçar a beleza e delicadeza da mulher gaúcha, trazendo consigo empoderamento e destaque.
O evento de apresentação dos trajes foi uma prévia do que está por vir, estabelecendo altas expectativas para a Frinape 2024 e reforçando a sua importância no cenário cultural e econômico da região.