ASSOCIE-SE

Agende uma visita conosco e faça parte da ACCIE

NOTÍCIA

VOLTAR

Carta de Bento Gonçalves

A FEDERASUL, em seu 9º Congresso das Entidades Filiadas, vem a público manifestar posição sobre o momento que vive o País e o Rio Grande do Sul.

Vivemos num cenário preocupante com o risco da volta da inflação. Nesse contexto, o crescimento do PIB no primeiro trimestre a uma taxa de 4,2% foi uma ótima notícia. Para não desperdiçar esse momento, é preciso avançar e dar o salto necessário para um ciclo de desenvolvimento sólido, implementando a agenda de mudanças que o País ainda precisa fazer:

– Reduzir os gastos públicos, limitando-os a um percentual do crescimento da receita corrente;
– Diminuir a carga tributária, que atualmente atinge 35% do PIB, a mais alta entre os países emergentes, levando a arrecadação do governo a aumentar nesse primeiro quadrimestre impressionantes 17%.
– Atingindo o equilíbrio fiscal, será possível reduzir a taxa de juros, que atualmente é a maior entre as principais economias desenvolvidas e emergentes, e que se constitui em um dos maiores entraves ao crescimento econômico do País.
– Juros mais baixos, por sua vez, levarão a uma menor pressão sobre o câmbio, permitindo uma desvalorização cambial. Essa atuação sugerida sobre o trinômio gastos públicos-juros-câmbio permitirá uma maior competitividade para as empresas brasileiras.
– Direcionar os investimentos públicos com prioridade absoluta para a recuperação da infraestrutura do País, que hoje é um dos grandes gargalos para o nosso crescimento econômico, com a adoção de parcerias público-privadas.
No âmbito estadual, o novo governo que se inicia conta com ampla maioria na Assembléia e boas relações com o governo federal. O que a sociedade espera é que ele use essas condições políticas excepcionais para realizar as mudanças estruturais que o Rio Grande precisa para se desenvolver, como:
– A retomada de investimentos em infraestrutura, seja com recursos próprios, seja em parceria com a União e com a iniciativa privada. Hoje o Rio Grande tem um dos maiores custos logísticos do país, e esse é um grande entrave para o nosso desenvolvimento.
– Não ceder às pressões corporativas, e efetivamente realizar a reforma da previdência pública no Estado.
– Dar mais apoio aos setores intensivos em tecnologia e mão de obra, visando a atração de novos investimentos que permitirão a diversificação de nossa economia, o desenvolvimento e a geração de empregos.
– Implementar medidas que melhorem a qualidade do ensino público, medida fundamental para preparar nossas gerações para o mercado de trabalho no futuro.

O que todos nós queremos é um Brasil e um Rio Grande cada vez mais desenvolvidos, e um setor público eficiente, que sirva a sociedade ao invés de servir-se dela.
Bento Gonçalves, 04 de junho de 2011.