Como liderar e construir oportunidades em tempos de crise foi assunto do Prata da Casa
Presidente do Grupo RBS falou como usar situações adversas como um aprendizado
O presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, falou para mais de 230 empresários, durante o Prata da Casa da ACCIE, realizado nesta terça-feira, 26, sobre como enxergar a crise como oportunidade e como usar situações adversas como um período de aprendizado. O tema abordado na reunião-almoço foi “Liderar e construir oportunidades em tempos de crise”.
Inicialmente, o presidente da ACCIE, Claudionor Mores, saudou o palestrante e apresentou o calendário de eventos da Entidade para utilização do Pólo de Cultura durante todo o ano. Parabenizou a equipe organizadora de mais uma edição do Rally Internacional de Erechim, que ocorreu neste final de semana, e recebeu uma homenagem do presidente do EAEC, Everton Barbieri, que também entregou um troféu pela participação e apoio à Gerente da RBS TV, Cristiane Dill.
Eduardo Sirotsky Melzer, que faz parte da terceira geração da família fundadora do Grupo RBS, falou sobre a situação de crise econômica, política, institucional e de valores pela qual passa nosso país atualmente e sugeriu posicionamentos que os cidadãos devem adotar nesse enfrentamento. “O que realmente importa não é como se entra, mas como se sai de uma crise. Infelizmente, as notícias não são boas e eu não tenho uma receita de bolo para resolver a situação, mas posso compartilhar um pouco do que a RBS está fazendo nesse momento”, disse, ao citar a importância de pequenas ações do dia a dia para mudar o cenário que está se desenhando.
O presidente ainda ressaltou a relevância de uma liderança bem estruturada nesse contexto. “A crise é o momento do líder, a oportunidade que ele tem para fazer a diferença”, enfatizou. Ele acrescentou que quem tem uma visão de longo prazo sabe que esta não é a primeira crise e não será a última. “E sempre que tivermos a oportunidade de passar por uma crise como essa, vamos exercer nossa cidadania, capacidade de liderança e vamos sair mais fortalecidos do que entramos,“ declarou o palestrante.
Melzer compartilhou com todos o que a RBS está fazendo neste momento. Segundo ele, o primeiro item é limpar a agenda, tirando tudo o que é desnecessário e saber como usamos e investimos nosso tempo. Em segundo lugar é necessário foco, “precisamos estar focados para estar perto de nosso público”. Conforme falou, a RBS definiu dois grandes focos: no cliente e no consumidor. O presidente do Grupo RBS afirmou que uma crença histórica da sua organização é ter as pessoas certas. “Penso que o melhor ativo de uma empresa não são as pessoas simplesmente, mas são as pessoas certas”. Questionou como encontrar as melhores pessoas? Para ele, deve-se levar em conta os valores, o comprometimento e as habilidades.
Eduardo Melzer ainda explicou a diferença dos “líderes janela” e os “líderes espelho”. O líder janela é o que está sentado, se justificando e aceitando todo e qualquer problema. O líder espelho é o que reconhece o problema, mas chama para si. Que pensa em resolver ou ajudar a resolver o assunto. “É natural quando a gente recebe uma quantidade de notícias ruins que se tenha um sentimento de paralisia e fique justificando nossa inércia a partir desses fatos externos. Enquanto ele espera passar, o concorrente não vai deixar passar”.
E ainda citou como estratégica a comunicação. Segundo Melzer, a comunicação é importante em todos os momentos, especialmente neste. “Nossas empresas estão com menos negócios, menos clientes. Com certeza o papel da comunicação é importante nesse momento de dificuldade para mostrar os diferenciais da sua empresa frente aos concorrentes”, argumentou. Ele ainda apresentou dois cases de exemplos de duas empresas familiares bem sucedidas: da Orquídea e Lojas Colombo.
Finalizando, afirmou que é natural se encolher quando se tem problema. “O que temos de fazer é conversar, debater, porque nada está perdido. Temos de ver o que podemos fazer juntos”. E concluindo citou a frase de uma economista de banco: “Não vamos desperdiçar uma crise. A gente nunca sabe quando pode vir outra”.
26.05.15