Federasul encerra seu 9° Congresso pedindo melhoria nos gastos públicos
Evento foi realizado em Bento Gonçalves nos dias 3 e 4 e culminou com a publicação da Carta de Bento Gonçalves
Limitar os gastos a um percentual do crescimento da receita corrente e direcionar os investimentos para reduzir os gargalos em infraestrutura com adoção de investimentos privados, integram as recomendações da Carta de Bento Gonçalves, lida no encerramento do 9º Congresso das Entidades Filiadas à Federasul, sábado, 4. O documento final, de duas laudas, recomenda ações governamentais para um Brasil e um Rio Grande mais desenvolvidos com um setor público eficiente. Se implementadas, enfatiza o presidente da Federasul, José Paulo Dornelles Cairoli, “estaremos mais perto de viver num País que sirva a sociedade ao invés de servir-se dela”.
A Carta de Bento Gonçalves formaliza a preocupação dos empresários com o cenário político e econômico do País, com carga tributária excessiva e juros altos. No âmbito estadual, lembra que a sociedade gaúcha espera que o governo utilize as boas condições políticas para promover as mudanças estruturais como investimentos, reforma na previdência pública. Sugere maior apoio aos setores intensivos em tecnologia e mão de obra para atrair novos investimentos além da adoção de medidas que qualifiquem o ensino.
O encontro discutiu, durante dois dias, a “Força do Associativismo”. Líderes empresariais de todo o Estado, ouviram o vice-governador de São Paulo, presidente de honra da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Guilherme Afif Domingos, dizer que o Brasil precisa adotar o “imposto exposto” para garantir cidadania, pois “todos os brasileiros ficarão sabendo o quanto de imposto pagam para ter em troca serviços como saúde, educação e segurança”. O secretário do desenvolvimento e promoção do investimento, Mauro Knijnik informou que o Estado pretende investir mais na agroindústria e no setor automotivo. O colunista político do jornal O Globo e da GloboNews e CBN, Merval Pereira, falou que a crise do ministro chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, está desmontando a tese otimista de que o governo Dilma Rousseff seria diferente. “Logo na primeira crise a presidenta mostra uma incapacidade de se relacionar com os entes políticos”, destacou. A editora de política da Zero Hora, Rosane de Oliveira, encerrou a programação de palestras do 9º Congresso das Entidades Filiadas à Federasul abordando um panorama realista da política nacional. Para ela é bastante improvável que seja aprovada a proposta da Reforma Política, que tem sido bastante debatida pelo Congresso Federal. “Não acredito que saia a reforma política, e muito menos as reformas tributária e previdenciária, que são imprescindíveis para resolver grandes problemas que vivemos hoje”, disse.
Representaram a ACCIE no evento o presidente Mario Luiz Cavaletti, o vice-presidente Augusto Skrzypek, o presidente do Conselho Deliberativo da ACCIE e vice-presidente regional da Federasul, Deoclécio Corradi. Também presentes o diretor regional Neri Frizzo e Alceu Enricone, ambos de Getúlio Vargas.