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Presidente da Federasul afirma que Brasil já saiu da crise

O presidente da Federasul – Federação das Associações Comerciais do Estado do Rio Grande do Sul -, José Paulo Dornelles Cairoli, afirmou ontem, 5, durante a reunião-almoço Prata da Casa promovida pela Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim, que o Brasil foi o último país a entrar e o primeiro a sair da crise mundial que completou um ano no mês passado. Ele falou para mais de 160 empresários, no Polo de Cultura, sobre os cenários econômicos de 2009 e seus reflexos no Rio Grande do Sul. Durante sua palestra, abordou cinco pontos: a Federasul e sua visão nacional e estadual, os impactos da crise no PIB e no comércio mundial, a evolução das políticas monetária e fiscal, o impacto da crise no setor do comércio no Brasil e no RS, e a crise e arrecadação de ICMS no Estado.
José Paulo Cairoli assume, no próximo dia 14, a presidência da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. Sua posse será durante a realização do 19° Congresso da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, que será realizado entre 14 e 16 de outubro, em Guarujá (SP).
De acordo com Cairoli, a Federasul tem em sua pauta de discussão a necessidade de aumentar e fortalecer a representatividade do sistema de Associações Comerciais, para fazer frente aos inúmeros desafios enfrentados diariamente pelo setor empresarial. Com 82 anos de vida, é formada por 230 filiadas e 40 mil sócios. Ao analisar o cenário nacional, Cairoli afirmou que a estabilidade está conquistada e que é possível crescer sem se preocupar com a volta da inflação. Falou que é preciso diminuir o grau de ingerência do Estado sobre os negócios econômicos e que é urgente a moralização da política brasileira. Outra necessidade é a reconstrução do Pacto Federativo. Segundo ele, as Parcerias Público Privado – PPPs – são uma grande saída para investimentos em infraestrutura.
No cenário estadual, o presidente da Federasul afirmou que é necessário resolver o problema do déficit estrutural das finanças públicas, recuperar a infraestrutura, e diversificar e recuperar a competitividade da economia. Além disso, comentou que o Legislativo tem que ter coragem de aprovar as medidas necessárias à recuperação do Estado. Na opinião de José Paulo Cairoli, a Assembléia Legislativa do RS está totalmente dissociada da sociedade. O palestrante falou que o Estado faz um controle rigoroso do ajuste fiscal, mas continua aumentando despesas de custeio, especialmente com aumento de salários a patamares incompatíveis com a realidade. Afirmou, ainda, que os investimentos prometidos não estão acontecendo. Outra crítica de Cairoli foi em relação ao Tribunal de Contas do Estado que possui 136 salários acima do teto permitido. Para ele, o TC é um asilo da Assembléia Legislativa e exerce um falso controle. Conforme falou, “nós da sociedade temos que mudar isso”.
Sobre a relação entre empresariado e política, Cairoli afirmou que é preciso atuar todo o tempo e não só em momentos eleitorais. “Precisamos mostrar à sociedade que as bandeiras empresariais não correspondem somente a interesses particulares, mas geram benefício para todos”, assegurou. Sobre a atuação da Federasul argumentou que a Entidade busca dar apoio aos governos em iniciativas que reduzam o déficit com controle de gastos e modernização da gestão pública; é firme no combate a qualquer proposta de aumento de impostos e propõe o debate quanto à necessidade de mudanças no Pacto Federativo, eliminando as desigualdades existentes.
Cairoli ainda falou sobre o impacto da crise no PIB e comércio mundial, brasileiro e gaúcho; falou sobre a evolução das políticas monetária, fiscal e do câmbio no Brasil; a crise e a arrecadação de ICMS no RS e a evolução das receitas e despesas no 1º semestre de 2009. Segundo Cairoli, a arrecadação de ICMS ficou estagnada (0,6%), em termos nominais, muito abaixo do desempenho de 2008 (22,6%). Enquanto isso, houve queda real da arrecadação de 2,8% no mesmo período. Por outro lado, a despesa total cresceu 10% em termos nominais, sendo que a principal despesa (pessoal) elevou-se em 9%, outras despesas correntes aumentaram 14% e os investimentos cresceram 85%, mas partiram de base muito baixa. Para o presidente da Federasul e da CACB, é inadmissível que o governo aumente em 10% as suas despesas em um ano marcado pela estagnação de sua arrecadação. Para impedir o retorno do déficit público, Cairoli foi enfático ao destacar que é preciso elevar o corte de despesas de custeio ao extremo, não conceder novos reajustes salariais; e vender ativos públicos para elevar o fundo para pagamento de aposentadorias.
Durante sua visita a Erechim, o presidente da Federasul participou de um café da manhã na ACCIE com integrantes da diretoria, visitou empresas – Peccin, Intecnial e Comil – e participou de uma reunião com presidentes de Associações Comerciais da Região, logo após o Prata da Casa.